28 julho 2014

Uma brasileira que vive em Israel

Sou totalmente contra os conflitos e as mortes entre Israel e Palestina.
Mas não tenho competência para julgá-los, embora ache que Israel sofre agressões desde que surgiu.
Na medida do possível penso que o mundo tem que fazer tudo que estiver ao alcance para acalmar os ânimos. Por outro lado, achei muita petulância do governo brasileiro protestar contra as medidas de Israel achando “inaceitável a escalada de violência”.
Olha quem está falando!!!
Um governo que não cuida de seu povo, que nem cuida das suas fronteiras e deixa o narcotráfico imperar nesse país. Um governo que não cuida da segurança sendo que no Brasil, mata-se mais do que em qualquer região em guerra, segundo especialistas em violência. Um país omisso a corrupção, omisso as mortes por falta de saúde.....
Ahhh..nem quero me lembrar... pra não morrer de indignação.
É como diz Rita Cohen Wolf em sua carta que faço questão de divulgar: “Quanta contradição, sair do Brasil por medo de assaltos e sequestros e vir para Israel...”
Leiam que vale a pena.

Rita Cohen Wolf - Uma brasileira que vive em Israel

Sra Presidente Dilma Roussef:


Na minha carteira de identidade de numero 4051182-6 expedida pelo Instituto Felix Pacheco no Rio de Janeiro, ao lado do item nacionalidade esta escrito "brasileira".
Sim, sou brasileira e "carioca da gema". Filha de pais brasileiros e mãe de filhas brasileiras. Gosto de empadinha de palmito, água de coco, feijão e farofa. Ouço Marisa Monte, Cartola, Caetano e Cazuza. Visto a camisa seja qual for o placar e posso mesmo declarar que tenho sangue verde e amarelo.
Sou dos "Anos rebeldes", aqueles onde muitas vezes o máximo da rebeldia era cantar "Afasta de mim este cálice" enquanto ficávamos de olho se algum colega de escola "era sumido". Aqueles anos onde Chico Buarque só podia ser Julinho da Adelaide. Sai as ruas pelas "Diretas Já" e, emocionada, vi o Gabeira e o Betinho finalmente voltarem do exílio arbitrário.
Nos anos 90, com mestrado em Psicologia e em Educação, fui honrosamente convidada a assessorar a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Cheia de entusiasmo, fazia parte de uma equipe profissional de primeira linha. A nossa frente, uma Secretaria de Educação indicada pelo Prefeito não por suas ligações políticas mas por sua competência profissional e comprometimento por uma Escola de qualidade pras nossas crianças.
E foi ai que comecei a perceber que algo de muito errado acontecia na minha cidade e no meu pais. Mesmo ocupando um cargo de onde poderia "fazer acontecer", percebi que apenas vontade política, profissionalismo e amor pelas crianças do Rio de Janeiro não eram suficientes pra mudar a antiga engrenagem: emperrada, viciada, corrompida e perversa.
Foi depois de ter sido assaltada 8 vezes, uma delas com um revolver apontado pra minha cabeça... foi ai que a ficha caiu e percebi que não poderia mais criar minhas filhas no meio da corrupção, suborno, mão armada e com medo da própria sombra. Tinha que me despedir do meu Pais.
Com muita dor no coração e resolvi fazer as malas. Por livre escolha, assim como tantos e tantos brasileiros. Meu Pais não podia me oferecer condições dignas de vida. Não se preocupava ou não agia com eficiência em nome do bem-estar de seus cidadãos. Fiz minhas malas e vim pro Oriente Médio.
Apesar de na minha carteira de identidade não constar o item "religião", eu posso lhe contar. Sou judia.
"Judeu" palavra que para muitos esta diretamente associada a Judas o traidor de Jesus Cristo ( ele mesmo judeu) e também a Freud, Einstein, Bill Gates e Mark Zuckerberg e mais vários ganhadores de Premio Nobel.
Optei viver em Israel. Me tornei israelense. Quanta contradição, sair do Brasil por medo de assaltos e sequestros e vir para Israel...
Aqui Sra Presidente, quando estamos em perigo, soam sirenes para que entramos em abrigos anti-bombas. Nunca mais estive a ponto de ser pega por uma bala perdida, assim como nunca mais tive que sentir a dor no peito ao ver famílias inteiras a beira da rua mendigando. Nunca mais tive que me pegar na duvida do que sentir diante de um pivete: medo ou pena. Por que aqui não existem pivetes. A educação e a saúde são um direito de fato de todos os cidadãos, independente de cor, raça ou credo.
Sou uma dos cerca de 10 mil brasileiros que vivem hoje em Israel e, que hoje de manha ao acordarem, deram-se conta de que o Governo brasileiro chamou o embaixador brasileiro em Israel pra uma " consulta em protesto pela operação do exercito de Israel na Faixa de Gaza".
Me pergunto se também foram chamados o embaixador na Síria, onde na ultima semana morreram mais de 700 pessoas. Ou talvez o embaixador no Iraque onde esta sendo feita uma "purificação étnica". O próximo passo já bate na porta: cortar as relações diplomáticas do Brasil com Israel.
Escrevo pra lhe contar Sra. Presidente que tenho vergonha.
Num momento tão delicado para tantos de nos brasileiros que vivem em Israel, no momento onde Israel recebe a visita e o franco apoio da Primeira-ministra da Alemanha, do Ministro do Exterior da Inglaterra, do Ministro do Exterior dos Estados Unidos e da Ministra do Exterior da Itália... um dia depois que o Secretario Geral da ONU visita Israel e declara que o pais tem todo o direito de se defender e a seus cidadãos do ataque de um grupo terrorista… depois disso, recebemos a noticia da chamada do Embaixador brasileiro.
A televisão anuncia a decisão brasileira e tenho vergonha.
A vergonha não e só pelo alinhamento do Brasil com os países islâmicos extremistas ao invés de se alinhar com a Democracia. Tenho vergonha também dos meios de comunicação tendenciosos do Brasil, que só enxergam ou só querem enxergar um lado da historia. Mas isso já e outra conversa…
Hoje, junto com a noticia da chamada do embaixador brasileiro, vi também na televisão que o governo de Israel esta enviando vários aviões pros quatro cantos do planeta para resgatarem israelenses que por conta do embargo aéreo temporário das companhias de aviação estrangeiras não conseguem voltar pra Israel.
Uma verdadeira operação resgate. Por que? Pois aqui a vida do cidadão tem valor.
Eu vivo num pais onde a vida de um soldado foi trocada pela de 1000 terroristas presos por crime de sangue.
Na minha ingenuidade, cheguei a pensar que o Brasil tentaria verificar a situação de seus cidadãos em Israel nesse momento de guerra, se e que algum cidadão brasileiro estaria com alguma necessidade que pudesse ser atendida pela representação do Brasil em Israel. Que bobinha...
Mais fácil talvez seja mesmo vir a cortar as relações diplomáticas pois não sei mais qual o valor do meu passaporte brasileiro.
Vergonha e desgosto por comprovar, que mesmo depois de tantos anos, o brasileiro ainda vale muito pouco, pra não dizer quase nada, pro seu próprio pais.
E o verde-amarelo do meu sangue cada vez mais vai perdendo sua cor.

20 julho 2014

Hoje é dia do amigo...


É bem assim mesmo, amigos nos encorajam. E é muito bom saber que não estamos sozinhos. A vida é uma subida íngreme, e quando alguém que já está mais no alto nos conforta lá de cima e nos anima a prosseguir na escalada isto faz bem ao nosso coração.

18 julho 2014

Solte Suas Feras!!!

A nova novela das seis vai ser um revival, um verdadeiro devaneio da década de 70 e eu já comecei a viajar... tipo essas coisas de pessoas de meia idade que já tem muitas lembranças e muita vida vivida.
Ah.... como foi bom! Vivi e curti a beça os anos 70, uma época linda, delirante e inspiradora. Pra começar bem essa década, em 21 de junho de 1970 o Brasil era tri-campeão da Copa do Mundo de Futebol, realizada no México.
Os jovens dos anos 70 tinham um pouco de rebelde e revolucionário, talvez pela vivência da ditadura e da repressão, pela ânsia da liberdade e por toda transição pela qual passamos como a influência da TV, a liberdade que as mulheres procuravam especialmente no mercado de trabalho, a chegada da tecnologia no fim da década, as mobilizações políticas, os movimentos estudantis, enfim, sem dúvida que este turbilhão de acontecimentos provocou um período conturbado para o Brasil, especialmente para os jovens. Mas pregávamos a paz e o amor, éramos loucos e santos e ainda hoje trago desses anos a herança de ser viciada em paz, amor, oração, música e flores.


A música e o cinema já influenciavam muito e os jovens dos anos 70 experimentaram a diversidade. Ao lado da música popular brasileira, depois de todo sucesso do rock e dos Beatles, começávamos a efervescência da era disco, disco music ou discoteca. A era da discoteca foi repleta de canções alto astral, feitas para cantar e dançar. Como eram boas as baladas e os bailinhos tããããooo dançantes, com a moda hippie que virou super psicodélica e que a gente mesmo fazia. Me lembro bem de tingir várias camisetas com as amigas e depois bordá-las, de aprender a fazer sandálias que amarravam no tornozelo, de comprar em brechós calça jeans usada só para garantir aquele aspecto mais gasto e relaxado, lembro também de mandar aumentar a boca do jeans para ficar com boca sino.... ahahahaha... gente, que loucura!!! Vivi a riponga, a bicho grilo e a indiana colorida e chic. Ainda tinha a moda unisex e os cabelos longos até para os homens. Download mini 3
Anos mágicos e mais que dourados para mim. Anos de Elton John, Peter Frampton, Marvin Gaye, Os Mutantes com Rita Lee (eu amava!!), James Taylor, Chico Buarque, Caetano Veloso, Elis Regina. Artistas tão competentes na música. Aquelas seleções de lenta do Michael Jackson tão pequeno cantando Music And Me (ai que saudades) e de B. J. Thomas com Rock'n'Roll Lullaby.
Todo mundo dançando abraçadinho, os mesmos passinhos sincronizados. Ou quando tocava uma mais agitada, aliás, lembro bem da música “Disco Inferno” dos The Tramps que o povo tinha um passinho especial para ir correndo para a pista quando começava a tocar. As pistas de dança eram iluminadas por globos de espelhos e luzes estroboscópicas. E a ordem era dançar e dançar sem parar. Dance bem, dance mal, dance sem parar... 
Na segunda metade da década de 70, as discotecas ferviam. A febre da disco music se espalhou pelo país com os sucessos da novela “Dancin’ Days” e o lançamento do filme “Os Embalos de Sábado à Noite”, com John Travolta e Bee Gees. 
Tive meus minutos de fama, pois me sentia uma estrela dançando ao som de Cerrone, Patrick Hernandez, John Paul Young com Love is in the Air, a consagrada banda Santa Esmeralda com Don't Let Me Be Misunderstood, e ainda Village People com YMCA, Shame de Evelyn King, Rock You Baby  do KC e o Abba, meu Deus, lembro que minha irmã adorava!!!
Apesar da batalha diária de meus pais, era uma época boa para minha família. Estudávamos num bom colégio e meu pai costuma nos levar as aulas, com seu opala verde, ao som de Elton John e Billy Paul, que ele adorava. Depois da escola eu ia várias tardes sentir a brisa do mar, ver o pôr-do-sol, se bem que a verdade verdadeira é que gostávamos de ver os surfistas da época.... Download mini 1 ...
Bem, eu adorava e ainda adoro música, quase todos os tipos, salvo raríssimas exceções. Mas naquela época amava Roger Daltrey e James Taylor, achava os mais lindos!!!
Aqui deixo algumas músicas da minha trilha sonora daquela época, de momentos tão marcantes:

Nacionais: Sá Marina (Wilson Simonal), Madalena, Ovelha Negra (Rita Lee), Como Nossos Pais, Madalena e Águas de Março (Elis Regina), Abri a porta e Menino Deus (A cor do som), Amor de Índio e Sol de Primavera (Beto Guedes), Qualquer Coisa, Sampa (Caetano Veloso), Construção e Apesar de Você (Chico Buarque), O que será (Milton Nascimento), Gita, Tente Outra Vez e metamorfose Ambulante (Raul Seixas), Dancing Days (As Frenéticas), Não quero dinheiro (Tim Maia), Apenas Um Rapaz Latino-Americano (Belchior), Explode Coração (Gonzaguinha)

Internacionais: Goodbye Yellow Brick Road e Bennie And The Jets (Elton Jhon), My Cherie Amour, You Are the Sunshine of My Life e Overjoyed (Stevie Wonder), What's Going On (Marvin Gaye), That's The Way I Like It, Rock You Baby, I'm Your Boogie Man (KC & The Sunshine Band), Good Times e Le Freak (Chic), Saturday Night Fever e How Deep Is Your Love (Bee Gees), Don’t Let Me Be Misunderstood (Santa Esmeralda), 48 Crash (Suzi Quatro), Last Train to London (Electric Light Orchestra), Heaven Must Be Missing An Angel (Tavares), I Will Survive (Gloria Gaynor), Hot Stuff (Donna Summer), Dancing Queen (ABBA), Macho Man  e Y.M.C.A. (Village People), Close to you (Carpenters), You’ve got a Friend, Shower the people  (James Taylor, lindo!!!), American Pie (Don McLean), Too Late (Carole King)

Hoje, mais de 40 anos se passaram e eu posso dizer, sem sombra de dúvida que os anos 70 foram os melhores anos. A década que eu descobri o mundo apesar de não ter celular, internet, skype, whatsapp, mas tinham as cartas e eu as enviava para vários lugares, me correspondia com várias pessoas, do Brasil e do exterior. O que seria de nós se não fosse as lembranças saudosas dos bons tempos! Lindos anos setenta do século passado.
Bons Tempos... até a tristeza era feliz...

14 julho 2014

Que idiotice é essa?

Eu fico aqui pensando com meus botões que a gente luta tanto por um país melhor, por um mundo melhor, por qualidade de vida e nós mesmos é que botamos tudo a perder.
Quanta hipocrisia!!! Tantos povos que lutam por igualdade, pelo fim do racismo e do bullying se agredindo verbal e fisicamente, de maneira tão repetitiva, tão enjoativa.
No futebol é a pior das tiranias quando pessoas da mesma nacionalidade se xingam, se agridem, constroem muros, estimulam a dinâmica da rivalidade, valorizam a diferença, a desigualdade, a separação e até se matam por causa da obsessão a seus times. Isso ocorre muito aqui entre times aqui brasileiros, mas também é muito marcante entre os times do Brasil e da Argentina e eu sinceramente não concordo e abomino esse tipo de comportamento.
A história que explica essa rivalidade começa muito antes de Pelé e Maradona, muito antes do futebol, e antes até de Brasil e Argentina existirem. E pensar que tudo isso nem começou com brasileiros ou argentinos eu sinceramente não entendo por que tantas pessoas continuam querendo alimentar essa rivalidade tão idiota que para mim, se nivela pela pior espécie da raça humana e seus padrões destrutivos.
Ouvir de um brasileiro inteligente: “admito até perder a copa, contanto que não perca nenhum jogo para a argentina” é de uma imbecilidade sem tamanho. E mais sem noção ainda quem fica alimentando essa rivalidade.
Será que as pessoas não entendem que sempre há o risco de um descompasso entre as reações de brasileiros e ou argentinos a esse tipo de provocação? Que esse tipo de provocação, essa rivalidade se torna tão acentuada que pode virar ódio e a violência vai se incorporando no relacionamento de alguns? E o pior é que tudo isso é à toa!!!
É por causa da rivalidade que se declara uma guerra. Por causa de diferenças na política, na religião e até no esporte que esses sentimentos de inveja e raiva podem afetar a convivência pacífica das pessoas quando a gente menos esperar.
Para mim, toda e qualquer rivalidade é nociva, ruim e perigosa. E com relação à rivalidade entre Brasil e Argentina é uma das coisas mais imbecis que a mídia insiste em alimentar e que muitos idiotas acabam se deixando levar.
Sou brasileira e sempre fui muito bem recebido pelos argentinos. Também tenho amigos argentinos que são e serão sempre muito bem vindos na  minha casa. Posso garantir que entre nós não existe rivalidade alguma.
Portanto, se queremos um país melhor, um mundo melhor, já passou da hora de crescermos e evoluirmos, nos tornando, antes de qualquer coisa, PESSOAS MELHORES.

“Obviamente, desde que somos seres humanos, eternamente existirão algumas espécies de conflitos, rivalidades ou mesmo divergências de opiniões. Entretanto, terminantemente, jamais haver a necessidade de nutrirem-se de ódio ou mesmo matarem-se uns aos outros.”
-Daisaku Ikeda-

11 julho 2014

Eis-me Aqui!!!

E cá estou eu, de novo, não sei por quanto tempo ficarei, nem sei por onde começar, mas não importa. Drummond já disse que não importa onde paramos, em que momento da vida cansamos, o que importa é que sempre é possível e necessário recomeçar.
O que posso dizer é que queria muito voltar no meu jardim que ficou abandonado por um tempão, mas felizmente as rosas não murcharam. 
Continuo escrevendo, falando, pensando... e durante esse tempo muitas coisas aconteceram. Nessas minhas andanças vi, ouvi, fiz, deixei de fazer tantas coisas. Continuo me alegrando muitas vezes com tão pouco, mas me indigno na mesma proporção. Continuo doce na hora certa e azeda quando é preciso. Mas meu azedume é sempre passageiro.
Ainda tenho poucas certezas apesar dos anos trilhados, mas não me importo, porque isso nunca abalou minha fé nem meus sonhos, pelo contrário, me faz imaginar quantas possibilidades ainda tenho.
Será que agora vai? Será que agora vou? Seja como for, o importante é que estou aqui, firme e forte, sã e salva, tranquila e feliz, na paz e cheia de graça. Portanto meus amigos, para quem sentiu a minha falta (quanta pretensão a minha! ahaha) quero avisar, só para constar, que estou de volta. Ainda não sei com que periodicidade, mas aos poucos vou me ajustando. Me aguardem!