27 agosto 2006

Quase uma história de Amor


Ela

Em algum lugar no mundo, vivia uma mulher que tinha um sonho.
Sonhava que, um dia, iria viver um grande amor.
Por mais efêmeros que fossem seus relacionamentos.
Por mais que a chamassem de tola e dissessem que amor era coisa de novela.
Não se importava com o que lhe diziam.
Com os rótulos que lhe eram atribuídos.
Tinha coragem para verbalizar que tinha um sonho.
E que era um sonho de amor.
Sonhava que, em algum lugar existia alguém que a esperava, que também desejava encontrá-la.
Ela era sua amada.
Ele era seu amado.
Embora não soubessem onde e quando iriam se encontrar.
Acreditava que, um dia, em alguma circunstância, estariam diante um do outro e se reconheceriam no primeiro instante em que seus olhos se tocassem.
Haveria um brilho diferente no olhar de cada um, cujo código apenas eles, aprendizes da espera, saberiam decifrar.
Ela o procurava em cada olhar, em cada novo encontro, nas entrelinhas de cada relacionamento.
Sentia saudade de alguém que não conhecia.
Recordava o futuro.
Por maiores que fossem os desencontros, o sonho a ajudava a perseverar na busca.
Acreditava que quando o encontrasse tudo se tornaria mais belo.
Que a cara da vida seria mais risonha.
Que o mundo se tornaria mais viável.
Isso fazia parte do sonho, e tinha liberdade para sonhar o que quisesse.
Os dias não lhe pareciam iguais.
Para quem tem um sonho, cada dia é novo, porque vem com ele a possibilidade do encontro com o objeto da espera.
Era feliz porque tinha um sonho.
E quem sonha acredita sinceramente já possuir o que deseja.

Ele

Em algum lugar do mundo, vivia um homem que tinha um sonho.
Sonhava que um dia iria viver um grande amor.
Por mais efêmeros que fossem seus relacionamentos.
Por mais que lhe chamassem de tolo e dissessem que amor era coisa de novela.
Não se importava com o que lhe diziam.
Com os rótulos que lhe eram atribuídos.
Era corajoso o bastante para assumir que tinha um sonho.
De amor.
Sonhava que, em algum lugar do mundo existia uma mulher que já o amava.
Não sabia onde ela estava, mas acreditava que viria, um dia.
Que traria o prazer e a vida que nenhuma outra havia trazido.
Também para ele, cada dia era um dia novo, porque o sonho lhe dizia que poderia encontrá-la a qualquer momento.
Também ele era feliz, porque, em alguma região de seu sonho, ela já estava com ele.
Não a conhecia, mas sentia a falta dela.
Ele a procurava em cada olhar.
Em todos os lugares.
Não a encontrava, mas tinha um sonho.
Quem sonha, busca.

O tempo

Muitos dias se passaram. Semanas. Meses. Anos.
Com o tempo, vieram muitos encontros, que se foram sem deixar a mínima pista do amor que sonharam encontrar.
Em algum ponto do caminho, depois de tanto buscarem, o peso da descrença esmagou o sonho.
Entupiu as veias onde a vida se misturava com a esperança.
E só uma coisa não pode faltar ao sonhador: a esperança.
Esqueceram o ideal.
Buscaram a cômoda e definitiva companhia de outras pessoas, que nada tinham a ver com seus sonhos.
Concordaram com aqueles que lhes chamaram de tolos.
Sentiram-se enganados, porque esperaram durante muito tempo algo que nunca encontraram.
Que já acreditavam sequer existir.
Acostumaram-se a ter só realidade, como a maioria das pessoas.
Não se sentiam mais felizes e todos os dias pareciam absurdamente iguais.

O (des) encontro

Em certa ocasião, num mesmo lugar do mundo, na mesma fração de segundos passaram um pelo outro.
Ele voltou e pediu uma informação qualquer a ela.
Pela primeira vez, estavam diante do que sempre buscaram.
Pela primeira vez, seus olhos se tocavam.
Déja-vu:
Ao olharem nos olhos um do outro, tiveram a impressão de já terem caminhado naquele momento.
Desconcerto.
Por alguns segundos, emudeceram.
Como se nenhuma pergunta houvesse sido feita.
A emoção gritava algo que a razão não conseguia ouvir.
Só a pele.
Ela deu a informação.
Ele agradeceu.
Ao se afastarem, sentiram vontade de olhar para trás. De voltar. De dizer alguma coisa que a boca não sabia.
Não olharam. Não voltaram. Não disseram mais nada.
Cada um seguiu seu rumo.
Confundiram-se novamente à multidão, onde se procuraram durante tantos anos.
Juntaram-se para sempre ao exército dos covardes.
Que têm armas voltadas para o melhor deles próprios.
E que as disparam diante de qualquer possibilidade de ser feliz.
E disseram para os filhos de seus filhos que amor era coisa de novela.

Lucas Bachien

09 agosto 2006

Carpe Diem!!!

Viva com intensidade e sabor cada momento.


Minha vida anda tão...atrapalhada, não, atrapalhada não, eu diria intensa e tão cheia de acontecimentos, possibilidades, surpresas.... sei lá...

Não que eu tenha muita coisa interessante pra contar... mas ultimamente tendo coisa demais pra pensar e fazer... meio que distante, não das pessoas, mas das coisas que mais gosto de fazer, como por exemplo escrever, navegar e especialmente curtir a natureza.

Por outro lado, quando sobra um tempinho livre eu tenho feito de tudo para aproveitá-lo da melhor forma. Nem que seja 5 minutinhos, tenho tentado transforma-lo em lazer.

Quem me conhece, sabe que eu adoro o sol, mas ontem eu resolvi tomar um banho de lua... rs...
Calma... não descolori os pelos nem fiquei branca como a neve...nada disso...rs...

Trata-se de uma linda caminhada que fiz quando sai da Lu e vi aquela lua cheia, linda, brilhante, gloriosa, não resisti a um passeio ao luar. Momento mágico que se oferecia pra mim, de graça...

Fui pra casa caminhando, pensando na vida, olhando a lua e agradecendo a Deus pelo privilégio de estar curtindo aquele momento. Isso sim vale a pena... é uma de muitas maravilhas que a natureza oferece. Quem nunca experimentou, deve fazê-lo, pelo menos uma vez na vida!

Caminhar ao luar é uma experiência mágica!

06 agosto 2006

Pare o mundo que eu quero descer!!!...


Na primeira vez, a sensação foi a pior possível. Do nada comecei a ver tudo girando...girando...giii-raaan-do...
Foi tudo muito de repente, mas rodava cada vez mais forte, cada vez mais rápido como um pequeno e leve pião que não parava mais.
Eu me segurei mas entrei em desespero. Berrei, chorei e fiquei dando chilique porque não tinha a mínima idéia do que estava acontecendo.
Felizmente a sensação foi passando e agora já tenho o diagnóstico: labirintopatia, mais conhecida como labirintite.
Com o remédio as outras crises foram mais fracas mas sempre com a desagradável sensação de estar num carrinho de montanha-russa.
Logo eu, que nunca gostei de montanha-russa, passei o fim-de-semana sentindo essa horrível sensação.
Mas pior que isso é que um dia ouvi de uma pessoa que tem labirintite que num terremoto ou numa crise de labirintite, a sensação é a mesma. É mole ou quer mais?
Ainda bem que estou tonta mas estou feliz.

02 agosto 2006

Hoje é Dia de Mariiiaaa!!!

Postando só para anunciar que hoje, completo mais um ano de vida!!!
Pois é...é meu aniversário...de nooovo!!! Parece que foiu ontem que apaguei velinhas...
Hoje é meu dia e de Santo Eusébio de Vercelli, bem que deveria ser feriado, né? :-)
Então me dê um abraço e pegue um pouco desta alegria que me contagia e sinta-se à vontade para me enviar uma lembrancinha...
E, para facilitar a vida dos que gostariam de me presentear nesta data, resolvi fazer uma pequena listinha das lembrancinhas que eu gostaria de ganhar:

rosas amarelas
sapo de pelúcia
bolsa
perfume Initial
hidratante "Victoria Secrets" de morango com champagne
caixa de bombom de cereja ao licor (da Kopenhagen)
crucifixo de prata italiana
anjo (em alabastro)
livro "Mulheres Ousadas Chegam Mais Longe"
cachecol

Entonces, uma mão na roda pra quem ainda não sabe o que me dar....rs...
Listinha super da hora, fala sério... qualquer uma dessas lembrancinhas me deixará super feliz....afinal, sou uma leonina criativa, intuitiva, compreensiva, talentosa e original, nascida no dia 2, em Santos. Tenho ou não o direito de ficar toda prosa?
Hoje é um dia especial em que as pessoas se lembram que eu estou viva…
E por essas e outras que eu vivo a vida com alegria e sei que essa alegria vem do Senhor. Sou feliz... Graças a Deus!
E para completar ainda mais minha felicidade deixo esse texto que recebi por email e achei lindo de viver:

Feliz aniversário, Maria!

Acorda, Maria! Ergue as cobertas brancas da cerração. O dia vai ser lindo. Espreguiça teu corpo, das encostas da serra ao Passo do Verde, do Camobi à Nova Santa Marta. Põe um sorriso na Boca do Monte. É teu aniversário! É feriado. Teus filhos não têm aula. Descansa, só por hoje, dessa vocação obstinada de educá-los. A frondosa e perene árvore, plantada por teu filho Mariano, não pára de florescer. E dela brotaram outras e mais outras árvores do conhecimento. Eu sei! Eu sei que esses frutos não estão ao alcance de todos os teus filhos, mas teu instinto maternal não faz diferença entre eles. E teu coração acolhe tantos e tantos filhos adotivos... já eras assim na lenda de Imembuí, lembras? Ainda nem eras Maria. Eras Ibitory. E não perdeste a alegria.

Vamos lá, Maria! Hoje é teu dia! Escolhe um vestido bonito e vamos passear por aí. O que eu acho desse vestido de Calçadão? Foi reformado, há pouco, é verdade, mas está todo puído. Mereces algo melhor neste dia. O colorido em tons pastéis da Vila Belga te cai bem. O casario antigo não te deixa mais velha. Blasé, eu diria. Tudo bem! Não vamos falar sobre idade. Maria é vaidosa, como toda a mulher. Assim está bom! Ficas ótima nessa combinação de azul do céu e branco das nuvens, com ares de Medianeira.

E tua saúde, como vai, Maria? A dos teus filhos não anda lá essas coisas, mas vem um hospital novo por aí. E o teu pulmão? Às vezes, me preocupo com o estado do Parque Itaimbé. Não andam cuidando muito bem desse teu pulmão. Pulmão de fumante, sabes como é... ou pensas que esqueci teu passado de Maria Fumaça? Bons tempos aqueles, não é, Maria?

Vi teus retratos de época. Jovem senhora elegante, chapéu, sombrinha e vestido de armação, na agitação do footing por aquela Avenida Rio Branco quase que vitoriana. O apito do trem anunciava a chegada e a partida de tanta gente, de tantos amores... sim, Maria, porque, cá entre nós, nunca foste assim tão santa, não é verdade? Quem nunca te viu ensandecida, num dia de vento norte?

Dá uma tristeza ver a gare nesse estado, não é mesmo? Imagino o quanto dói o descaso com tua história e teu patrimônio. Falam em construir um túnel para ligar não sei o quê a não sei onde, mas e aquela pobre gente toda amontoada logo ali depois dos trilhos? Como é que permitiram a invasão de uma de tuas memórias mais íntimas e queridas? Ah, Maria! Esses teus filhos não tomam mais jeito, depois de mordidos pelo bichinho da política. Alguns até merecem ser chamados de filhos de outra mãe.

Deixa pra lá, Maria. É teu aniversário. Vamos falar de coisas boas. Evitemos polêmicas, hoje, pelo menos. Gostei da tua decisão. Acho que assim consegues agradar gregos e troianos. Dessa maneira, ninguém briga na hora do "Parabéns a Você". Foste sábia mais uma vez. O hino da professora Aristilda fica bem adequado para a solenidade oficial. Tu cortas o bolo na Praça, em plena Feira do Livro, e satisfazes o afã cultural dos teus filhos intelectuais. Depois, com os mais íntimos, "en petit comité", como se dizia nos teus tempos áureos, canta-se a música do Beto Pires.
Feliz aniversário, Maria!

por Ludwig Larré